Este projeto se abre com o encontro de imagens do ACHO [Arquivo Coleções de Histórias Ordinárias] recuperadas por catadores de lixo reciclável e fotografias de um arquivo familiar.


Ao pesquisar o arquivo com se fosse um grande jardim me deparei com vários álbuns de fotografias de arranjos florais realizados por uma mulher [florista] desconhecida. Essas imagens de flores sobreviventes ao tempo me levaram a repensar [polinizar] minha relação conflitiva com flores e as mulheres que cultivavam rosas com quem tenho uma ligação de sangue.


A primeira parte do processo foi o ato de plantar um jardim de flores comestíveis. A ação do corpo plantando e cuidando das flores, despertou uma sensação de reconhecimento de gestos transmitidos do passado que não são histórias, mas modos que passam de um corpo para o outro.


Entre o equilíbrio de um planeta, um jardim, um canteiro e uma flor a memória das imagens equipara vivos e mortos, conhecidos e desconhecidos, sonhos e histórias. Onde a história familiar e história coletiva são uma única coisa.


Tudo vai se apagar, restara apenas um jardim.